quinta-feira, 20 de abril de 2017

Processos de Podução do NaOH

            A soda cáustica é fabricada atualmente, através de dois processos, o Processo de Solvay e o Processo Eletrolítico.

PROCESSO SOLVAY
O Processo Solvay consiste num processo para produção de carbonato de sódio a partir do cloreto de sódio por ação do dióxido de carbono sobre salmoura amoniacal. No processo forma-se hidrogenocarbonato de sódio, que é convertido no carbonato por ação do calor.
 O Processo de Solvay (ou processo da amônia-soda), das tentativas de baratear a produção de Na2CO3 produzida pelo processo de através do uso da reação total:
            2NaCl + CaCO3 → Na2CO3 + CaCl2
            O processo é muito mais complicado do que o sugerido pela reação total, e para complicar ainda mais a situação a reação é reversível e apenas 75% do NaCl é convertido em produto. O primeiro estágio do processo é a purificação da salmoura saturada, que então reage com a amônia gasosa. A salmoura amoniacal é carbonatada em seguida com CO2, formando NaHCO3. Este é insolúvel na salmoura por causa do efeito do íon comum, podendo ser separado por filtração. Por aquecimento à 150ºC, o bicarbonato NaHCO3 se decompõe em carbonato anidro Na2CO3 (chamado na indústria de “soda leve”, por que é um sólido com baixa densidade, 0,5g/cm³). A seguir o CO2 é removido por aquecimento da solução, sendo o gás reciclado para o processo anterior, a amônia NH3, é removida por adição de álcali (solução de cal em água), sendo reaproveitada também. A cal (CaO) é obtida por aquecimento de calcário (CaCO3), que também fornece o  CO2 necessário. Quando a cal (CaO) é misturada com a água forma-se Ca(OH)2.
            NH3+ H2O + CO2  → NH4.HCO3
            NaCl + NH4.HCO3 → NaHCO3 + NH4Cl
            2NaHCO3  → (150ºC) Na2CO3 + CO2  H2O
            CaCO3 →   (1100ºC em forno de cal) CaO + CO2
            CaO + H2O → Ca(OH)
            2 NH4 +   Ca(OH)2 →  2 NH3 + CaCl2  + 2H2O
            Desse modo os materiais consumidos são NaCl e CaCO3, havendo além do produto desejado,  Na2CO3,  a formação do subproduto CaCl2. Há poucos usos para o CaCl2, e só uma parte é recuperada da solução, sendo o restante desprezado. O principal uso do  Na2CO3  é a indústria de vidro, o que requer a “soda pesada” Na2CO3. H2O. Para a sua obtenção a “soda leve”, obtida pelo processo de Solvay, é recristalizada com água quente.

PROCESSO ELETROLÍTICO
O processo eletrolítico, a eletrolise da salmoura, foi descrita pela primeira vez por Cruickshank, mas só em 1834  Faraday desenvolveu as leis da eletrólise. A primeira aparelhagem industrial a base de eletrólise foi instalada em 1891 na cidade de Frankfurt (Alemanha),  na qual uma célula eletrolítica era preenchida, eletrolizada, esvaziada, a seguir novamente enchida,  e assim por diante. A primeira instalação industrial na empregar uma célula contínua de diafragma foi provavelmente aquela idealizada por Le Seur em Romford, em 1893; surgiram as células de Castner em 1896.  Em todas essas células empregava-se amianto como um diafragma para separar os compartimentos do ânodo  e do cátodo. Com a adição constante de salmoura, havia uma produção contínua de NaOH e Cl2.
           Na Eletrólise da salmoura, ocorrem reações tanto no ânodo como no cátodo.
Ânodo: 2Cl- → Cl2 + 2e
Cátodo: Na + e → Na
              2Na + 2H2O → 2NaOH + H2
             Se os produtos se misturarem, ocorrem reações secundárias:
2NaOH + Cl2 → NaOCl + H2
                        ou
2OH + Cl2  →2OCl + H2
             e no ânodo pode ocorrer, até certo ponto, outra reação:
4OH →2H2O + 4e
   Agora veremos como são as células de diafragma e a célula de cátodo de mercúrio.

      Para manter separados os gases  H2  e Cl2 (produzidos nos eletrodos), usa-se um diafragma poroso de amianto. Se os gases  H2  e Cl2misturarem-se, reagirão e a reação será explosiva. Na luz do dia (e ainda mais com a exposição direta à luz solar) ocorre uma reação fotolítica, que produz átomos de cloro. Estes provocam uma explosiva reação em cadeia.
     O diafragma também separa os compartimentos do ânodo  e do cátodo.  Isso diminui a possibilidade de reação entre o NaOH, produzido no compartimento do cátodo, com o  Cl2, produzido no compartimento do ânodo.  Diminuí assim a possibilidade de ocorrer uma reação secundária que leva a formação de hipoclorito de sódio NaOCl.  Contudo, alguma quantidade de hidróxido de sódio ou de OH pode difundir para o outro compartimento, e isso inibido mantendo-se o nível do eletrólito mais alto no compartimento do ânodo que no compartimento do cátodo, com o que passa a haver um pequeno fluxo positivo do compartimento do ânodo ao do cátodo.  Traços de oxigênio são formados em outra reação secundária. O oxigênio reage com os eletrodos do carbono, destruindo-os  gradualmente, com a formação de CO2
     Menos que a metade do NaCl é convertido em NaOH, obtendo-se usualmente uma mistura de  11% de NaOH e 16% NaCl.  Essa solução é concentrada num evaporador quando cristaliza uma considerável quantidade de NaOH, levando a solução final contendo 50% de NaOH e 1% de NaCl..  Para a maioria das aplicações industriais, o produto é vendido como solução.
Célula de diafragma industrial para a produção de cloro e hidróxido de sódio.


Referência bibliográfica:

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